No elenco, Tony Ramos e Eduardo Sterblitch interpretam Roberto Marinho em diferentes fases da vida. “Você leva um susto quando te convidam para interpretar um personagem icônico, que faz parte da história recente do Brasil”, afirma Tony Ramos. Apesar de não ter convivido intensamente com Roberto Marinho, Tony explica que as lembranças de quando trabalhava no prédio da emissora no Jardim Botânico o ajudaram a compor o personagem. “O que me chamava atenção – e que guardo com muita nitidez – era a forma como ele chegava: cumprimentava a todos, com naturalidade, chamando muitos pelo nome. Nunca evitava o contato, pelo contrário, havia ali uma presença muito humana, muito respeitosa. Era um homem sereno, muito bem-posicionado, com uma voz baixa, pausada e uma postura sempre muito segura”.
Nascido em 1987, Eduardo Sterblitch não conviveu com Roberto Marinho. “Sempre o enxerguei como uma espécie de Walt Disney brasileiro, um realizador de sonhos. Alguém que fazia o impossível acontecer”, afirma Sterblitch, que enalteceu o trabalho em dupla com Tony Ramos. “Tentamos ser muito sensíveis ao que estávamos construindo juntos. O verdadeiro desafio é encontrar quem esse homem foi por dentro. Esse visionário, esse sonhador que teve coragem de erguer algo grandioso como uma televisão daquele porte no Brasil. É isso que precisa aparecer: o espírito dele. E isso só se alcança com escuta, entrega e verdade”. Além de Tony Ramos e Eduardo Sterblitch, a série conta com os atores Bruno Mazzeo, Rodrigo Simas, Marcelo Airoldi, Ravel Andrade, João Vitor Silva, Miguel Rômulo, Livia Silva, entre outros.
Para contar essa história, a narrativa de ‘O Século do GLOBO’ é guiada em três eras específicas. O período entre 1925 e 1954, na primeira redação do jornal; os anos 1960 e 1970, com o jornal em uma sede maior; e por fim, de 1980 a nossos dias, marcados pela modernização tecnológica. As antigas redações foram recriadas de forma inédita no Estúdio de Produção Virtual dos Estúdios Globo, o maior da América Latina, inaugurado no fim de 2024. A reconstituição só foi possível graças à tecnologia do estúdio, que conta com câmeras com tracking de alta precisão e recursos de Inteligência Artificial e Realidade Aumentada.
“Conseguimos realizar algo extraordinário: graças aos novos recursos dos Estúdios Globo, sob a liderança de Gian Carlo Bellotti, foi possível recriar as redações históricas. Pessoas que trabalharam nesses ambientes – e mesmo aquelas que apenas conheciam as fotografias – tiveram reações emocionadas. Foi realmente impressionante. A sensação foi como aquela nostalgia que sentimos por algo que nunca vivemos, uma saudade do que não existiu. Nesse cenário, as pessoas se sentiram confortáveis para compartilhar seus testemunhos de forma espontânea e sincera”, conta Pedro Bial.
O set serviu de cenário para 48 entrevistas inéditas feitas para o documentário. Depoimentos carregados de emoção e riqueza de detalhes, que refletem a atmosfera nostálgica de quem revisitou o passado e ajudou a construir o futuro da comunicação. Além de entrevistas com os filhos de Roberto Marinho (João Roberto Marinho, José Roberto Marinho e Roberto Irineu Marinho) e com os netos Paulo Marinho e Roberto Marinho Neto, a série ouviu nomes como Leonêncio Nossa, Ali Kamel, Miriam Leitão, Merval Pereira, Fred Kachar, Pedro Dória, Fernando Gabeira, Flávia Oliveira, Domingos Peixoto, e o funcionário mais antigo do jornal, Marcelo Monteiro.
A trajetória do jornal O GLOBO
Fundado em 29 de julho de 1925, no Rio de Janeiro, por Irineu Marinho, o jornal O GLOBO surgiu diante da promessa de uma imprensa moderna, conduzida a serviço da população brasileira e que fosse, sobretudo, independente aos rumos da política nacional - aspecto este que continua guiando o DNA do veículo até hoje, um século depois. Após o falecimento de Irineu Marinho, menos de um mês depois da criação do periódico, o jornal seguiu seu legado de modernidade e isenção, sob direção de Roberto Marinho, que se tornaria figura central na história do jornalismo brasileiro.
Ao reconhecer que a trajetória do jornalismo brasileiro se confunde com a história do próprio país, a obra ainda destaca jornalistas do periódico que contribuíram para o desenvolvimento da cultura, política e do esporte no Brasil, como Nelson Rodrigues, Mário Filho e Evandro Carlos de Andrade. “O jornal desempenhou um papel fundamental na cultura, na política e na formação de leitores. Grande parte dos valores presentes no jornal O Globo está incorporada no pensamento da Globo como um todo. A valorização da imagem, a inovação gráfica, o olhar humano e, sobretudo, a vontade de instruir e ser relevante. Essa gênese criativa, que começou em 1925 permanece viva até hoje. Poder contar essa história é testemunhar até onde uma ideia e uma vontade podem chegar”, afirma o diretor artístico do documentário, Gian Carlo Bellotti.
‘O Século do GLOBO’ vai ao ar na TV Globo a partir desta terça-feira, dia 8, até sexta-feira, logo após ‘Vale Tudo’. Após a exibição do primeiro episódio na TV, a série completa ficará disponível no Globoplay. O documentário é uma produção dos Estúdios Globo, com criação de Pedro Bial. Tem roteiro final de George Moura, Ricardo Calil e Renato Onofre; roteiro de Flávia Bessone e Renato Vieira Terra; pesquisa de conteúdo e imagens de Pedro Motta Gueiros, Priscila Serejo e Julia Schnoor; direção documental de Dudu Levy, direção de dramaturgia de Pedro Peregrino; direção artística de Gian Carlo Bellotti; produção executiva de Raphael Cavaco; produção de Ana Luisa Miranda e Anelise Franco, e direção de gênero de Monica Almeida e José Luiz Villamarim.
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